sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O Número da Vergonha

É interessante perceber que um número que outrora foi motivo de muito orgulho para milhões de brasileiros, inclusive para mim - por um tempo bem curto, é bem verdade, mas foi! - agora é o número da vergonha.

Percebe-se nas propagandas eleitorais deste ano a tentativa de se ocultar, o máximo, a dezena "13" nas composições dos números dos candidatos a vereadores (quanto à legenda, nem se fala!).

Por exemplo, uma candidata cujo o número era 13455 (ou algo parecido), em sua propaganda, na tela este número aparecia com o 1 destacado na cor branca e o resto em amarelo. Na hora de dizer o número ela citava "um, trinta e quatro, cinquenta e cinco". Em outras épocas, ela inflaria o peito para dizer "TREZE, quatro, cinco, cinco).

Não digo isto com satisfação!

O digo com muita tristeza: primeiramente, pelo grande mal que este partido tem feito ao nosso país, desde a sua fundação; em segundo lugar e por último, por mim e por outros milhares - talvez milhões - de cidadãos brasileiros, que tiveram os seus sonhos destruídos por esta turma.

Lembro-me com melancolia, quando no início do ano de 1980, eu com 22 anos de idade e, até então, sem nenhuma ligação com qualquer representatividade política, ao saber da criação do Partido dos Trabalhadores e da forma como ele estava surgindo, senti uma forte onda emotiva tomar o meu ser e estufei o meu peito com o seguinte pensamento:

"Partido dos Trabalhadores, eu sou e sempre serei um trabalhador, então este é o meu partido!, é o partido que me representa!".

Doce ilusão! Pouco mais de uma década depois, ao tomar conhecimento das suas primeiras (pelo menos para mim) falcatruas, eu já percebi que não!, tal partido não me representava, de forma alguma! Peguei a estrela, que sempre carregava no lado esquerdo do meu peito, e com o coração partido (perdoem o trocadilho), a atirei no lixo. Voltei a ser o que sempre havia sido antes: mais um, entre tantos, cidadão brasileiro sem representatividade nas esferas políticas.

Mas, nem nos meus piores pesadelos, eu imaginaria que chegaria ao ponto em que chegou nos dias atuais.

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