Recentemente, eu fiz uma declaração na rede social que, provavelmente, levou alguns amigos a terem pensamentos que remetem ao título deste texto, não sem razão.
É verdade! O virtuoso não precisa se autoproclamar como tal, basta ser!
Porém, quando os fatos, de forma constante e persistente, nos mostram que os valores estão sendo invertidos, tornam-se extremamente necessárias ações que devem agir como antídoto para este verdadeiro "veneno social".
Quando ladrões roubam milhões em recursos do dinheiro público, que deveriam ser usados para a Saúde, para a Segurança, para a Educação, para a Moradia e o Transporte de um povo - pouco se importando que este povo esteja morrendo pelos corredores dos hospitais, mendigando por um atendimento que restabeleça a sua saúde; pouco se importando que este povo esteja morrendo pelas esquinas e becos, a qualquer hora do dia ou da noite, entregue a própria sorte na violência nossa de cada dia; pouco se importando que este povo esteja definhando em sua falta de educação e cultura; pouco se importando que este povo esteja vivendo sob as marquises, ao relento, excretando pelo cantinhos das calçadas, em condições sub-humanas; pouco se importando que este povo esteja sendo transportado feito gado, por horas a fio, em suas necessidades de locomoção.
Enfim, quando estes seres ignóbeis, que alguns chamam de ratos, mas eu não gosto de assim adjetivá-los porque considero uma injustiça com este bichinho que só rouba para matar a sua fome, são tratados como heróis por uma boa parcela deste mesmo povo, há sim, que se autoproclamar a virtude!
Para que sedimentemos, cada vez mais, as nossas convicções. E, principalmente, para que mostremos àqueles que pensam como nós que eles não estão sozinhos, ajudando-os a se livrarem do seu desalento, e ajudando-os a acreditarem que , aconteça o que acontecer, a virtude sempre existirá.
(Edmaram - 07/05/2015)